Em uma série de operações conjuntas realizadas pela Polícia Federal (PF), Ministério Público do Trabalho (MPT) e a Superintendência Regional do Trabalho, mais de 200 trabalhadores foram resgatados de situações de trabalho análogas à escravidão no nordeste do estado do Pará. Entre as vítimas, chocantemente, estava um adolescente de apenas 15 anos. O resultado dessas operações, denominadas “Zacimba Gaba”, foi divulgado neste sábado (2/9) pela PF.
As ações ocorreram em cinco fazendas da região, entre os dias 28 de agosto e 1º de setembro, e revelaram condições de trabalho deploráveis e desumanas. Uma das fazendas envolvidas nesse flagelo era tristemente conhecida como “Senzala”, remetendo a um passado sombrio da escravidão no Brasil. Os trabalhadores, a maioria deles empregados em plantações de açaí, dendê e soja, foram submetidos a uma realidade cruel, desprovida de direitos e dignidade.
Segundo as informações da PF, esses trabalhadores não dispunham de equipamentos de proteção, e seus vínculos trabalhistas eram inexistentes, privando-os dos direitos e garantias mínimas previstos por lei. Além disso, eles viviam em alojamentos precários, com condições sanitárias inadequadas, instalações elétricas precárias e total ausência de controle de horário.
Cada uma das fazendas envolvidas nas operações terá uma pessoa responsabilizada em inquérito policial e procedimento do MPT. O adolescente encontrado em Terra Alta, em particular, receberá medidas especiais de proteção e reparação de seus direitos, sendo afastado de suas atividades.
A PF enfatiza que a assistência aos mais de 200 trabalhadores resgatados será uma prioridade, com o apoio do Ministério do Trabalho (MT) e do MPT. Esses profissionais serão devidamente indenizados e terão seus direitos trabalhistas garantidos, proporcionando-lhes um caminho para se recuperar dos horrores a que foram submetidos.
As investigações estão em andamento, com o objetivo de identificar todos os responsáveis pela exploração desses trabalhadores e garantir que sejam responsabilizados pelo crime cometido. A sociedade civil, as autoridades e as instituições envolvidas permanecerão vigilantes na luta contra a exploração laboral, reafirmando o compromisso de combater essa prática desumana em nossa sociedade.
Fotos: Polícia Federal