Max Sandro de Jesus Reis, de 38 anos, conhecido em Marabá como personal trainer e figura ativa em academias da cidade, finalmente se entregou à polícia na manhã de quarta-feira (4). Ele compareceu à 21ª Seccional Urbana da Polícia Civil, na Folha 30, acompanhado de uma advogada. Contra ele pesava um mandado de prisão condenatória emitido pela 1ª Vara Criminal de Marabá.
A sentença é clara: nove anos de reclusão em regime fechado por estupro de vulnerável. O crime, cometido em 2011, marcou para sempre a vida da vítima, uma criança cuja identidade é preservada por lei. A cidade, que durante anos viu Max circular livremente, agora encara com indignação o fato de que um condenado por um crime tão brutal só tenha se apresentado mais de uma década depois.
Em dezembro do ano passado, o Centro de Segurança Integrada (CSI) de Marabá já havia emitido um alerta de procurado. A resposta só veio agora. A entrega de Max Sandro não foi um ato de arrependimento ou justiça espontânea, foi uma reação tardia à pressão crescente e à iminência da captura.
Com a formalização da prisão, ele será encaminhado ao sistema penitenciário da região. Para a vítima e sua família, no entanto, não há cela que compense os anos de trauma e as noites interrompidas pela lembrança do abuso.
A população se pergunta: quantos anos de silêncio foram impostos à vítima enquanto o agressor mantinha uma rotina pública. O que resta é a dor, o sentimento de impunidade prolongada, e a pergunta que ecoa pelas ruas de Marabá: por que demorou tanto?