A crise climática deixou de ser um alerta distante e se tornou uma realidade que já impacta diversas atividades econômicas, especialmente a mineração. Com presença em biomas sensíveis como a Amazônia e o Cerrado, o setor mineral brasileiro precisa lidar com fenômenos extremos como secas prolongadas, chuvas irregulares e temperaturas elevadas.
De acordo com um relatório de riscos climáticos cumulativos da mineração no Brasil, levantado pelo Observatório de Mineração, o estado do Pará, onde a companhia Vale opera projetos de mineração de larga escala como o Complexo de Carajás, foi apontado em um novo relatório como a região mineradora mais vulnerável às mudanças climáticas. O aumento da frequência de eventos extremos já traz consequências práticas para a logística, a produção e o meio ambiente. Além de dificultar o funcionamento das minas, esses eventos intensificam os riscos para as comunidades e fragilizam o papel da floresta Amazônica na regulação climática global.
Enquanto isso, o Cerrado, que abastece grandes bacias hidrográficas do país, incluindo a Amazônica, enfrenta redução nos níveis de chuvas e dos rios. A escassez hídrica representa uma ameaça direta para a sustentabilidade das operações industriais, incluindo a mineração, que depende de grandes volumes de água para seus processos. Esse cenário pressiona empresas como a Vale a repensarem suas estratégias de gestão hídrica.
Pressões Socioambientais e o dever da responsabilidadeAs mudanças no clima alteram o ambiente físico, e intensificam riscos socioambientais já existentes. Comunidades tradicionais e povos indígenas que vivem nas regiões mineradoras enfrentam: Disputas por terra e recursos naturais, falta de consulta e participação nos processos decisórios, ameaças de remoção forçada e conflitos sociais.
Empresas como a Vale, com impacto direto nessas áreas, são cada vez mais cobradas pela sociedade, por investidores e por organismos internacionais a seguir normas de conduta ética, ambiental e social, priorizando o consentimento livre, prévio e informado das comunidades. A Vale, como uma das protagonistas desse setor no Brasil, tem a oportunidade (e a responsabilidade) de liderar uma nova abordagem: mais consciente, inclusiva e resiliente.