A Polícia Federal revelou detalhes sobre um esquema de corrupção instalado dentro da Assembleia Legislativa do Pará (Alepa), investigado na Operação Expertise. O caso começou no início de 2025, quando foi instalada uma agência bancária do Sicoob dentro da Casa Legislativa. O espaço, criado para facilitar saques internos, acabou sendo usado para movimentar propina.
No primeiro trimestre, servidores públicos ligados à Alepa sacaram cerca de R$ 14 milhões diretamente na agência. O dinheiro, provisionado por empresas investigadas, circulava dentro da própria Assembleia, o que reduzia deslocamentos e dificultava a identificação das transações suspeitas. A PF apurou que a maior parte da propina era destinada a servidores do Legislativo paraense.
Em setembro de 2025, a Operação Expertise foi deflagrada, mirando contratos fraudulentos entre empresas e órgãos públicos, incluindo a Alepa, o Detran e a Polícia Científica do Pará. Documentos da PF mostram que os saques internos foram planejados pelos corruptores para “facilitar o repasse” e evitar contratempos que pudessem comprometer o esquema.
As investigações indicam que o grupo movimentou aproximadamente R$ 198 milhões provenientes do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) e do Fundo Nacional de Saúde (FNS). O gabinete do presidente da Alepa, deputado Chicão, está entre os principais alvos da apuração, que expõe um dos maiores casos de corrupção recente no Estado