Em Parauapebas, nos últimos dias, o que tem se visto são fatalidades ocasionadas pelas imprudências no trânsito, que tem tirado vidas, interrompido sonhos e dilacerado famílias, que são obrigadas a velar e sepultar entes queridos que perderam a vida em decorrência da violência do trânsito.
Na sua maioria, os casos envolvem motociclistas e é ocasionado pela falta de atenção, de sinalização ou por vias em péssimas condições de trafegabilidade. O não uso de equipamentos de segurança ou por falta de conhecimento do condutor, que muitas das vezes não possuem carteira de habilitação. Em Parauapebas e demais cidades do Pará, é possível ver menores de idade conduzindo motocicletas sem qualquer preparo e conhecimento das leis de trânsito, colocando em risco a própria vida e a de outros.
Só na última semana dois acidentes foram registrados em Parauapebas com vítimas fatais, e todos os dias as ocorrências de trânsito são flagradas nas vias do município, seja de grande ou pequena proporção. E mesmo que o poder público oriente e proporcione campanhas publicitárias educativas destinadas à mais segurança no trânsito, as ações parecem não surgir efeitos.
O Brasil é um dos países que mais mata no trânsito, mais de 30 mil pessoas perderam a vida no ano de 2019, vítimas de acidentes de trânsito. Durante a Semana Nacional do Trânsito foram realizadas ações educativas em todo país com o objetivo de conscientizar a população para a necessidade de reduzir essa estatística negativa.
Os acidentes não apenas deixam sequelas nas vítimas e seus familiares, mas também causam grande impacto na economia, gerando um custo alto aos cofres públicos. Todos os anos, o Brasil desperdiça 3% do Produto Interno Bruto (PIB), cerca de R$220 bilhões para pagar os custos decorrentes dos acidentes de trânsito. É o que aponta um estudo feito pela Organização das Nações Unidas (ONU). Com esse valor, o governo poderia construir 730 hospitais com mais de 225 leitos, ou ainda aumentar em 50% os investimentos nacionais em Educação.
No Pará, de acordo com o Sistema Único de Saúde (SUS), os acidentes de trânsito são responsáveis por uma das principais causas de internação e óbitos no Estado. Só entre 2010 e 2020, foram registradas 104.647 internações por acidentes de trânsito pelo Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS), a maioria compreendendo vítimas entre 20 e 29 anos (29.150 mil internações) e 30 a 39 anos (23.125 mil internações), correspondendo a 77% do sexo masculino e 23% por mulheres.
Ainda no Pará, os acidentes e as violências no trânsito responderam por 241 mortes em 2020, equivalente a 7,3% a menos do que o registrado no ano anterior. Em estudo realizado em serviços de urgência e emergência de capitais brasileiras, 25% dos atendimentos por causas externas foram devidos a acidentes de transporte.
Um acidente ocasiona danos, não somente em quem o sofre, mas em toda uma população que depende da rede municipal de saúde e muitas das vezes não conseguem o atendimento, devido às UTIs estarem ocupadas por pacientes vítimas de acidente de trânsito.
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