Operação no Rio de Janeiro impacta turistas, moradores protestam e governo se manifesta

 

 

 

 

 

A ação policial nos complexos da Penha e do Alemão deixou 121 mortos e expôs a força do crime organizado que atua na capital fluminense. Segundo as autoridades, essas áreas se consolidaram como bases estratégicas do Comando Vermelho, com estruturas voltadas para o treinamento de criminosos e a distribuição de armas e drogas em larga escala.

Mesmo a área afetada pela operação não sendo turística, o impacto acabou sendo inevitável. Hotéis, guias, motoristas, agências, restaurantes e passeios foram afetados. Consulados alertaram estrangeiros sobre segurança no Rio de Janeiro após a megaoperação, o que pode impactar diretamente a economia carioca. O primeiro consulado a emitir alerta aos turistas foi o da Alemanha.

Manifestação de moradores

Após os confrontos, moradores da Penha e do Alemão realizaram um protesto na sexta-feira (1º), cobrando o fim das operações letais e denunciando abusos. Familiares das vítimas também relataram demora na liberação dos corpos e pediram mais dignidade no processo.

O principal alvo da ação, Edgard Alves de Andrade, conhecido como “Doca” ou “Urso”, apontado como uma das lideranças da facção, conseguiu escapar com auxílio de seguranças armados. Fontes próximas às investigações informam que os criminosos já esperavam a presença policial e estavam equipados com roupas camufladas, luvas e armamento pesado, mas foram surpreendidos pela estratégia que antecipou a rota de fuga pela mata.

A Secretaria de Segurança do Rio de Janeiro informou que os complexos funcionam como centros de formação e logística, responsáveis por despachar entre 50 e 70 fuzis por mês e cerca de 10 toneladas de entorpecentes para outras regiões sob domínio da facção. Durante a operação, os agentes apreenderam um arsenal avaliado em R$ 9,3 milhões, incluindo fuzis de guerra como AR15, AK-47, Benelli MR1, G3 e AR10.

Posicionamento do Governo Federal

O presidente Lula se pronunciou mais de 24 horas depois da operação, destacando a necessidade de uma ação coordenada que atinja o núcleo do tráfico sem colocar em risco a vida de policiais e moradores. A oposição reagiu, pedindo a demissão do diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, que recusou o envolvimento da corporação na ação.

Rodrigues confirmou que foi procurado pelas autoridades do Rio de Janeiro, mas declarou que a participação da PF “não seria razoável”. O governador Cláudio Castro (PL-RJ) criticou o governo federal, acusando-o de omissão no combate ao crime organizado e afirmando que o estado foi deixado sozinho para enfrentar o poder das facções que controlam parte do Rio de Janeiro.

(Rodrigo Martins/ Portal Parauapebas – Fotos André Coelho e Andressa Solaro)

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