Na manhã desta quinta-feira(31), foi depositado na conta da Prefeitura de Parauapebas um valor de R$ 45.161.919,11 referente à parcela da Compensação Financeira pela Exploração Mineral (CFEM), proveniente das empresas mineradoras e destinado à União, Estados, Distrito Federal e, claro, aos municípios que enfrentam os impactos da exploração mineral.
No entanto, enquanto o montante pode soar como um alívio momentâneo para as finanças municipais, a situação de Parauapebas demanda um olhar mais crítico. A cidade enfrenta uma crise econômica enraizada, resultante em grande parte da falta de uma gestão municipal eficaz. O déficit de mais de 444 milhões na arrecadação municipal põe Parauapebas em uma posição preocupante, ocupando o segundo lugar no ranking das cidades mais endividadas do Pará.
A chegada dessa parcela da CFEM, embora seja uma injeção significativa de recursos, não pode mascarar os desafios que a cidade enfrenta. A Agência Nacional de Mineração, responsável pela regulação do setor, está em greve, o que já tem impactos visíveis. Enquanto as empresas mineradoras contribuem com a compensação, a ausência de uma fiscalização ativa também levanta questões sobre a conformidade das contribuições e os possíveis efeitos de longo prazo para a comunidade e o meio ambiente.
A dependência excessiva da exploração mineral como fonte de receita coloca Parauapebas em uma situação vulnerável, uma vez que os preços das commodities podem flutuar drasticamente e o setor pode se tornar insustentável a longo prazo. Nesse contexto, é fundamental que a administração municipal busque diversificar a economia local, investindo em alternativas que proporcionem estabilidade e resiliência, diminuindo a dependência de um único setor.
O depósito da CFEM, embora represente um alívio imediato, deve servir como um lembrete de que os desafios econômicos de Parauapebas são complexos e necessitam de uma abordagem estratégica a longo prazo. A gestão eficaz dos recursos, a busca por fontes de receita alternativas e o investimento na formação de uma economia mais diversificada são essenciais para garantir um futuro sustentável para a cidade e seus habitantes.