A Polícia Federal prendeu nesta quarta-feira (17) o diretor da Agência Nacional de Mineração (ANM) durante uma operação contra fraudes no setor minerário. A ação cumpre 22 mandados de prisão e 79 de busca e apreensão em Belo Horizonte e em outras cidades de Minas Gerais.
As investigações revelaram que um conglomerado de mais de 40 empresas, liderado pela holding Minerar S/A, pagava propina a agentes públicos federais e estaduais para fraudar licenças ambientais. Mais de R$ 3 milhões teriam sido repassados ilegalmente, incluindo pagamentos mensais a servidores.
Entre os alvos de prisão preventiva estão Alan Cavalcante do Nascimento, apontado como chefe do grupo, Helder Adriano de Freitas e João Alberto Paixão Lages, da empresa Gutesiht. A Justiça também afastou de suas funções Fernando Baliani da Silva, da Fundação Estadual do Meio Ambiente (FEAM), Breno Esteves Lasmar, do Instituto Estadual de Florestas (IEF), e Fernando Benício de Oliveira Paula, do Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam).
Segundo a PF, o grupo estruturou uma rede de empresas e operadores para manter atividades minerárias ilegais. Os empresários são suspeitos de manipular processos de licenciamento em áreas de risco ambiental e próximas a unidades de preservação.
As práticas criminosas investigadas incluem corrupção ativa e passiva, tráfico de influência, fraudes documentais e lavagem de dinheiro. A Justiça Federal determinou o bloqueio de bens no valor de R$ 1,5 bilhão.