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Povo indígena Araweté cria plano para proteger suas terras e tradições no Pará

Povo indígena Araweté

 

 

 

 

Indígenas da etnia Araweté oficializaram o Plano de Gestão Territorial e Ambiental (PGTA) da Terra Indígena Araweté do Igarapé Ipixuna, no sudoeste do Pará. O lançamento aconteceu na sede da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), em Altamira, nesta segunda-feira (7), com presença de lideranças, representantes comunitários e instituições parceiras envolvidas na construção do documento.

O plano tem como propósito garantir a proteção do território, preservar o modo de vida tradicional e fortalecer a autonomia das comunidades indígenas. O processo começou em 2023 e teve participação direta das 167 famílias que vivem em 33 aldeias. Cerca de 630 pessoas estiveram envolvidas em oficinas temáticas, encontros comunitários, atividades de etnomapeamento e etnozoneamento, análise de ameaças e debates sobre saúde, educação, cultura, organização social, subsistência e gestão territorial.

O cacique Awinhoo Araweté destacou o esforço coletivo e o sentimento de segurança com a formalização do plano. Durante dois anos, as aldeias, os anciões e os agentes comunitários trabalharam juntos para construir um mapeamento detalhado da área. Ele ressaltou que o apoio da Norte Energia foi essencial para a concretização do plano. “Eu estou muito feliz de ver esse plano homologado. É muito importante para nós porque temos a segurança de que nossa terra será protegida”, afirmou.

A TI Araweté do Igarapé Ipixuna é a terceira do Médio Xingu a ter o PGTA finalizado, ao lado das terras Koatinemo, Paquiçamba e Arara da Volta Grande do Xingu. A elaboração dos documentos contou com apoio técnico da Norte Energia, por meio do Plano Básico Ambiental do Componente Indígena (PBA-CI), vinculado à Usina Hidrelétrica de Belo Monte. Todo o processo foi guiado pelos conhecimentos tradicionais dos povos indígenas, com diálogo entre caciques, professores, pajés, jovens e outros membros da comunidade, conforme a Política Nacional de Gestão Territorial e Ambiental de Terras Indígenas (PNGATI), criada pelo Decreto nº 7.747/2012.

Também foi apresentado o Plano de Proteção Territorial (PPT), instrumento que prevê ações estratégicas contra invasões, desmatamento, pesca ilegal e abertura de ramais clandestinos. O plano se estrutura nos eixos de controle, prevenção e gestão participativa. Dez agentes ambientais indígenas participaram da elaboração do documento, reafirmando o compromisso com a proteção da floresta e das futuras gerações.

Edison Rodrigues, coordenador socioambiental do componente indígena da Norte Energia, afirmou que os documentos reforçam a governança e a soberania do povo Araweté. Segundo ele, os planos expressam o alinhamento entre o licenciamento ambiental e os objetivos comunitários, sendo ferramentas concretas de preservação cultural, gestão territorial e fortalecimento da autonomia. Para os Araweté, esses instrumentos serão ensinados aos filhos e netos como parte do legado de defesa da terra.

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